sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Controlando a ANSIEDADE

Nos últimos tempos tenho visto muitas publicações sobre a ansiedade, principalmente no facebook. O curioso é que a maioria das postagens são pessoais e comentadas por milhares de pessoas que têm sofrido o mesmo problema.
Como já disse em outro texto a ansiedade é uma reação normal do organismo que nos prepara para situações de perigo, funciona como um “sinal de alerta”; no entanto, o que tenho notado é que tem havido uma desregulação coletiva desse sinal de alerta e ele não desliga.

E por que isso acontece?

Bom, nós estamos vivendo em uma época em que a cobrança é constante, não temos tempo para nada, a violência é crescente, a crise financeira só piora, as notícias são sempre as piores possíveis...
Então, o que fazer?

Esse é o “X” da questão... Afinal, esse não é só mais um texto falando sobre a ansiedade, e sim de como lidar com ela.

1ª Dica: “Conhece-te a ti mesmo”


Apesar de muito antigo, esse aforismo é super atual. O autoconhecimento é o primeiro passo para qualquer direção; nesse caso, na direção contrária a ansiedade, você precisa identificar padrões pessoais, situações em que você se sente mais ansioso (a). A ansiedade por si só não se explica, então, você precisa identificar o conjunto de sintomas que você atribui à ansiedade. Por exemplo: Agitação, tensão muscular, coração acelerado, respiração ofegante.... Enfim, descubra como seu corpo manifesta essa ansiedade.
  
2ª Dica: Reconheça os padrões



Para ajudá-lo no passo 1, um dica é  elaborar um auto registro, anotando a situação na qual você se percebeu ansioso (onde estava, com que estava, o que estava fazendo, o que estava pensando, como estava se sentindo e o que aconteceu logo em seguida aquela situação (como você se sentiu, o que pensou). No começo pode parecer um pouco difícil, mas logo você se acostuma e começa a reconhecer os padrões. E então, com base em suas observações e registros você pode fazer uma lista das situações em que se sente mais e menos ansioso, colocando-as em itens, em uma escala de 0 a 10, atribuindo 0 a situações de tranquilidade, onde você não se sentiu nadinha ansioso (a) e 10 a situação de extrema ansiedade, reconhecendo assim, além das situações antecedentes e consequentes da ansiedade, a intensidade dela em variadas ocasiões. 

3ª Dica: Respire


A respiração ajuda a controlar a tensão e quando ficamos ansiosos esse simples e natural gesto parece uma missão impossível. Mas tente! Perceba que nessa situação a respiração fica rápida, pesada e curta. Aos poucos vá tentando tornar a respiração mais lenta e mais profunda, inspirando pelo nariz e soltando pela boca... respira... solta... se preferir, siga as indicações desse vídeo:



Se possível, vá para um local calmo, tranquilo, coloque uma música relaxante e tente pensar em situações agradáveis.
4ª Dica: Use o autoconhecimento a seu favor



Você já consegue identificar as situações em que fica ansioso e suas consequências, então, crie estratégias para lidar com essas situações, estratégias de resolução de problemas antes de estar diante dele. Por exemplo, com estes registros você identificou que fica sempre muito ansioso (a) antes de uma prova, mas também se deu conta de que você só estuda para ela no dia anterior, então você pode se organizar para estudar com antecedência. Ou você tem dificuldade para falar em público, então você pode começar a ensaiar mais, e fazer os exercícios de respiração durante os ensaios.

5ª Dica: Procure ajuda profissional


Como disse antes, a ansiedade é uma reação normal do organismo, no entanto, quando em excesso, pode se transformar em um transtorno (e existe vários tipos e transtorno de ansiedade). Então, se você seguiu as dicas acima e mesmo assim continua com o sinal de alerta ligado sempre ou quase sempre, é hora de procurar ajuda e começar a regular esse sinal. Nesse caso, você deve procurar um Psicólogo e/ou um Psiquiatra. Lembrando que cada tratamento depende da necessidade da pessoa, então, um bom Psicólogo saberá se há necessidade de acompanhamento Psiquiátrico, assim como um bom Psiquiatra saberá se há necessidade de acompanhamento Psicoterápico. 

Uma última dica: tem muita gente por aí sem formação em Psicologia atendendo com nomes genéricos, tipo terapeuta, analista, psicanalista, psicopedagogo... isso porque existem “N” especializações que qualquer profissional com nível superior pode fazer, então, ao procurar por um Psicólogo, exija o CRP, que é o número de Inscrição no Conselho de Classe. Isso lhe dá segurança para saber que está sendo atendido pelo profissional solicitado.
Bom pessoal, por hoje é só, espero ter ajudado e vamos respirar, que na pior das hipóteses estamos exercitando os pulmões.
Dúvidas, críticas e sugestões é só comentar. Um abraço e até a próxima!

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Rebeca Porto - Psicóloga (CRP 02/18624)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

TREINAMENTO PARA CONTROLE DA ANSIEDADE (TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR)


Os transtornos de ansiedade são atualmente um dos tipos de transtornos que mais afetam a população, em especial os adolescentes, pré-vestibulandos e/ou vestibulandos, e muitas vezes acabam sendo negligenciados e até chamados de “frescura”. No entanto, a ansiedade, enquanto transtorno gera sofrimento, afeta a autoimagem do adolescente e a crença nele mesmo. Esse é um momento delicado na vida de uma pessoa, pois é uma fase de transição, mas nessa fase o adolescente é chamado para uma responsabilidade que, possivelmente, é uma das mais importantes da sua vida. É o momento em que ele precisa escolher, decidir quem ele quer ser agora que cresceu. Além dessa difícil e incerta decisão o adolescente ainda passa pela pressão de pais, amigos, familiares para escolher uma profissão que talvez não seja a desejada por ele; e também precisa se submeter a um sistema competitivo e seletivo, onde a chance de entrar (ser aprovado) é menor do que a de ser excluído (não ser aprovado).
E nessa grande peneira que são os processos seletivos, nem sempre vence o melhor, aquele que sabe mais, ou estudou mais; nessa "selva", vence aquele mais adaptado, ou seja, além de saber muito, você precisa estar emocionalmente preparado. Em primeiro lugar, preparado para a possibilidade de se reprovado; precisa se preparar para enfrentar uma pressão nunca antes sofrida, se preparar para ficar horas sentado numa cadeira de frente para uma prova que pode decidir seu futuro.
Nesse momento é importante você se conhecer, conhecer seu funcionamento e saber explorar suas habilidades de controle da ansiedade. Pensando nisso, elaboramos um programa no qual o principal objetivo é ajudar adolescentes vestibulandos, a desenvolver habilidades que os auxiliem no controle de estados ansiosos durante processos seletivos. Nossa expectativa é que, ao finalizar o programa, o adolescente seja capaz de realizar a prova sem sentir que pode explodir a qualquer momento, sem sentir aquela famosa dorzinha de barriga ou aquele branco, onde a resposta está na ponta do lápis, mas não sai porque o adolescente está nervoso demais.
COMO SERÁ REALIZADO ESSE TREINAMENTO?
O treinamento para controle de ansiedade será realizado em grupo (um grupo pequeno, que varia de 4 a 8 pessoas), onde serão utilizadas técnicas que auxiliem no controle da ansiedade. Ele será mediado por dois Psicólogos. Serão realizados, no total, 10 encontros, sendo os encontros semanais, aos sábados. O início está previsto para o dia 28 de agosto de 2016 e o término em 22 de outubro de 2016, sendo o final duas semanas antes do ENEM.
QUEM PODE PARTICIPAR DO TREINAMENTO?
O treinamento é indicado para jovens e adolescentes que vão prestar o ENEM ou vestibular este ano (2016) e que apresentam histórico de ansiedade em situações de avaliação.
PSICÓLOGOS RESPONSÁVEIS
Os psicólogos responsáveis pelo planejamento do treinamento são Leandro Marçal (CRP: 02/19206), Rebeca Porto (CRP: 02/18624) e Thássio Nascimento (02/19107), sendo os mediadores dos grupos Rebeca Porto e Thássio Nascimento.
INVESTIMENTO
Até o dia 05/08/2016 (R$600,00) que pode ser divido em até 3X no cartão de crédito ou R$540,00 à vista.
Entre o dia 08/08/2016 e 18/08/2016 (R$700,00) que pode ser dividido em até 3X no cartão de crédito ou R$630,00 à vista.
Desta forma, no primeiro ciclo de inscrições, cada sessão equivale a R$60,00 e no segundo ciclo, R$ 70,00.
INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES
No ato da inscrição o candidato deve apresentar RG e CPF. Caso seja menor de idade, deve ir acompanhado do responsável legal, que deverá assinar um termo de consentimento da partição do menor, no programa,  
As inscrições se encerram às 18:00 do dia 18/08/2016. Elas devem ser realizadas na Harmonie Espaço Psicoterapêutico, que fica na Rua Santa Fé, n° 177. Bairro: Maria Auxiliadora, no Espaço Levittá Pilates.  
Para mais informações, entrem em contato com nossa equipe:
Leandro Marçal:(87) 9 8875-2645 (WATS e OI)/ (87) 9 9918-4356 (TIM)
Rebeca Porto: (73) 9 9124-8133 (WATS e TIM)/ (87) 9 8848-0046 (TIM) 
Thássio Nascimento:(74) 9 9156-4200 (WATS e TIM)/ 9 8857-6852 (OI)

NOSSO CARTAZ OFICIAL


domingo, 5 de junho de 2016

BULLYNG: AFINAL, QUE BICHO É ESSE?

Por Rebeca Porto
Há alguns anos um “novo” fenômeno tem se tornado evidente na mídia e vem sendo discutido cada vez mais, principalmente nas escolas, o BULLYNG.
O BULLYNG é uma palavra do dicionário inglês, sem tradução literal para o português, mas que é utilizada para definir um conjunto de comportamentos agressivos.
Eu tenho escutado com muita frequência, principalmente de pessoas mais velhas, da geração da minha mãe (que hoje tem 44 anos, com rostinho de 30 rsrs) e até da minha geração, com 20 e poucos anos, que esse negócio de Bullyng é frescura: -“no meu tempo, eu apanhava, eu batia e não tinha nada disso, esses meninos de hoje são muito é fresco”. Mas será que é frescura mesmo? O que mudou nestes anos?
Primeiro, NÃO. Bulling não é frescura, Bullyng não é brincadeira, Bullyng é coisa SÉRIA, muito SÉRIA, diga-se de passagem. Então, o que mudou? Será que mudou?
Como eu coloquei acima, o Bullyng é um fenômeno “novo”, notem que coloquei o novo entre aspas. Usei as aspas porque ele é um fenômeno novo no sentido de ser estudado e receber um nome próprio, que defina um conjunto de comportamentos agressivos. Na verdade, a agressão na escola acontece há muito tempo, mas apenas passou a ser estudado, quando se evidenciou uma relação entre agressões escolares com diversas consequências negativas para crianças e adolescentes.
A principal característica do Bulling é que ele é uma manifestação agressiva repetida, de um agressor em direção a uma mesma vítima, ou seja, uma criança que de repente bateu no colega, por exemplo, não está praticando o Bullyng, se esse ato não se repete por diversas vezes (isso não quer dizer que não seja errado, nem que o fato não deva ser investigado e punido). Outra característica é que a sua prática é mais comum nas escolas, por ser o local onde a criança/ adolescente passa maior parte do tempo em companhia de outras crianças/adolescentes. O Bullyng pode ser dividido em 4 categorias:

Mas por que as pessoas praticam Bullyng?
As pesquisas sobre o assunto apontam diversos fatores, entre eles estão:
Ø  Sofrer violência em outras esferas: A relação entre vítima e agressor, no Bullyng, é claramente uma relação de poder. Nesse sentido, o “mais poderoso” pratica o Bullyng contra o mais frágil e que não pode ou não consegue se defender. Esta relação de poder provavelmente está sendo repetida em outras esferas, principalmente em casa, onde essa criança/adolescente que se comporta de forma agressiva na escola é uma figura frágil em casa. Ele(a) pode estar sendo vítima de agressões físicas ou verbais em casa, pelos pais, irmãos, ou outras figuras de “poder”, e tenta, na escola, “descontar” a agressão que sofre.   
Ø  Sofrer Bullyng: Como coloquei acima, o Bullyng é uma relação de poder, e a lógica aqui é a mesma, aquela criança ou adolescente que sofre o Bullyng, em muitos casos procura uma vítima para descontar a agressão que sofre e sentir que também é “poderoso”.
Ø  Falta de empatia: Empatia é capacidade de uma pessoa de se colocar no lugar na outra e sentir como a outra se sente, é basicamente pensar e sentir em como você estaria se estivesse no lugar daquela pessoa, naquela situação. No caso de pessoas que praticam Bullyng podemos notar claramente a falta desta capacidade, afinal, se ela conseguisse se colocar no lugar da outra criança/adolescente, não faria aquilo. Aí você se pergunta: “mas se é provável que ele também sofra algum tipo de violência como é que ele não consegue imaginar como o outro está se sentindo?”. Ótima pergunta J! O que acontece é que empatia é diferente de você simplesmente saber o que outro está sentindo ou até já ter sentido. Na empatia, você sente, naquela situação, a mesma coisa que a pessoa está sentindo. É um pouco complicado, mas esse vídeo aqui pode te ajudar a entender a diferença entre saber como o outro está se sentindo e realmente sentir a “dor” do outro (https://www.youtube.com/watch?v=aPs6q5vqnFs).        
Ø  Imitação: A criança pode simplesmente presenciar cenas de violência/agressão e querer imitar o agressor. Mas ATENÇÃO, a criança não sai por aí imitando qualquer coisa de qualquer pessoa. Ela imita apenas comportamentos que são de alguma forma aprovado por alguém (mesmo que esse comportamento não seja aprovado socialmente, mas para uma figura importante à criança), e esse alguém também deve ser alguém que serve de modelo/espelho para a criança, ou seja, ela imita alguém a quem admira, fazendo algo em que se deu/dá bem. Por exemplo, ela pode ver o irmão batendo em algum colega mais fraco e assim, tendo o respeito dos colegas, ou ainda presenciar o pai agredindo a mãe, irmão, dessa forma conseguindo a obediência e “respeito” de todos na família. 
O Bullyng traz consequências seríssimas não apenas para as vítimas, mas também quem pratica e para que apenas o presencia. Falar sobre essas consequências é muitíssimo importante, principalmente, porque na maioria dos casos, as vítimas se calam e tanto a escola quanto os pais/cuidadores só poderão identifica-lo a partir do momento em que notar estas consequências:
CONSEQUÊNCIAS do Bullyng:

É importante salientar aqui que cada pessoa vai se comportar de uma forma diferente. Estas são as consequências mais comuns e nem todos vão apresentar todas elas, apenas algumas, e em diferentes graus. No entanto, é importante que pais e professores fiquem atentos a essa questão e aos comportamentos das crianças e dos adolescentes, buscando sempre investigar quando algo estiver diferente do “normal”.
Aos pais, nossa dica é que tentem ao máximo estabelecer uma relação afetiva sólida com seus filhos, baseada na confiança, os instruindo sempre a cotar quando algo não estiver legal (e o que está legal também). E dar sempre atenção ao que eles compartilham, mesmo que vocês não considerem assim tão importante, caso contrário, quando acontecer algo realmente relevante, eles podem não querer dividir com vocês por sentir que não vão ser levados a sério, ou que vocês não se importam, ou que vão, de algum modo, incomodá-los. Também é importante que vocês ensinem aos filhos o respeito ao próximo, principalmente por meio do exemplo, afinal, os maiores modelos das crianças são os pais.
À escola, é importante a importante que esteja atenta as formas de relação de poder estabelecida hierarquicamente (direção/gestão/coordenação/pais/professores/funcionários em geral/alunos), para que esta não seja vista pelos alunos como uma relação de “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e sim, como uma relação de respeito. Cabe a escola também elaborar e executar projetos que alertem sobre o Bullyng, suas consequências e estabelecer uma relação de confiança com os alunos, para estes denuncie o fato quando e se ocorrer. Por fim, TODOS na escola, devem conhecer o fenômeno e ser capaz de identifica-lo, para que quando a própria vítima não se manifestar, alguém note o que está acontecendo e possa acolhê-la.       
Por fim, em casos extremos, em que a vítima, o (a) agressor (a) ou até mesmo o expectador apresente aqueles sintomas listados nas consequências, de forma intensa e que isso esteja afetando a vida dele(a), é necessário que a ajuda profissional seja acionada, no caso, um Psicólogo.  Nestes casos, o profissional irá intervir de acordo com as consequências e o modo como elas têm afetado a vida da criança/adolescente e ainda se ela é o agressor a vítima ou apenas um expectador. Em alguns casos, é importante que os pais/cuidadores também procure por ajuda (orientação para pais) para saber de que forma pode ajudar o filho (a) e como lidar com a situação atual, sem ser invasivo ou negligente.
Ainda é válido salientar que alguns adultos ainda apresentam sequelas do Bullyng sofrido na infância, no entanto não relacionam os problemas atuais aos antigos. Alguns dos problemas mais comuns enfrentados por estas pessoas é a dificuldade em fazer novas amizades ou mantê-las, dificuldade em entrar em um relacionamento amoroso (por causa da dificuldade de socializar), agressividade, ansiedade, depressão, dentre outros. Se for seu caso, procure um Psicólogo. Nós podemos ajuda-los a lidar com estes problemas, desenvolvendo estratégias para enfrenta-los, superá-los e seguir adiante.
Bom, por hoje é só. Espero que o artigo tenha ajudado a esclarecer as dúvidas sobre o Bullyng. Se ainda tiver alguma dúvida, entre em contato conosco!
Obrigado pela atenção até a próxima.
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Sobre a autora: Rebeca Porto é Psicóloga e atende na Harmonie Espaço Psicoterapêutico. É mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, membro do Grupo de Pesquisa em Psicometria e Psicologia do Esporte (GEPPE).
Contato: rebeca.c.porto@hotmail.com

segunda-feira, 18 de abril de 2016

SERÁ QUE EU CONSIGO PASSAR NO VESTIBULAR?


Quem nunca ouviu pelo menos uma destas frases de efeito? Ou até mesmo as disse a alguém? Eu mesma, quando estava no cursinho, coloquei aquela primeira no meu mural do Orkut (todo mundo aqui sabe o que Orkut, né? Por favor, não me façam me sentir velha!). Mas isso parece tão senso comum.... Será que isso realmente ajuda alguém? Ou até mesmo, será que alguém acredita nessas coisas que dizem?
Vamos descobrir isso ao longo do nosso textinho de hoje, no qual falaremos sobre AUTO-EFICÁCIA! Isso mesmo, Auto - eficácia. Nunca ouviu falar disso? Então eu explico.
O dicionário do google define eficácia como sendo: “segurança de um bom resultado; validez, atividade, infalibilidade”. Para a Psicologia a auto - eficácia perpassa por essa definição, ela nada mais é que a crença que uma pessoa tem sobre sua capacidade em realizar tarefas específicas, como uma prova, por exemplo.
Mas ai você pode se perguntar: “O que isso tem a ver com o vestibular, com o concurso, com a prova da ordem (OAB), com as provas da escola ou a faculdade em geral?” É simples, a auto – eficácia ou estas crenças em nossas capacidades influenciam nas nossas aspirações, nos estabelecimentos de metas, no nosso envolvimento com essas metas que criamos, no nosso nível de motivação, na perseverança, dentre outras coisas.
Vamos supor que Cris (personagem fictício), sonha em ser Engenheira. Ela estuda muito e acredita que se continuar estudando do jeito que está, ela será aprovada. Cris se dedica a uma rotina de estudos preparada por ela mesma, baseada nas suas limitações (que ela conhece bem), cria metas de estudos (metas que ela reconhece como possíveis de serem cumpridas) e, sendo estas metas possíveis de serem cumpridas, ela se envolve com elas e as cumpre. Pelo fato de Cris estar seguindo para um caminho que ela deseja e por acreditar que seu esforço é importante e imprescindível, seu nível de motivação para estudar é predominantemente alto. Ela já até fez algumas provas de vestibular, mas reprovou, no entanto, ela não desanima, pois acredita em seu esforço e seu “sucesso”.
Vamos pensar em outro caso. Mário (também personagem fictício) quer muito passar no vestibular de Engenharia (ele não parou para avaliar o que quer, mas dizem que ele tem cara de engenheiro, então ele está decido), só que Mário nunca foi aquele aluno muito estudioso, nunca tirou ótimas notas; sempre foi mediano. Ele não acredita muito que vá passar no vestibular, mesmo que neste ano ele esteja tentando se dedicar. Quando começa a estudar e não consegue resolver uma questão, logo se desespera, e vai fazer outra coisa, fugindo assim da matéria. Ele não consegue cumprir o horário que planejou para estudar... “Estabelecer metas? Pra quê se eu não vou conseguir cumpri-las mesmo?”   
Você consegue perceber diferença entre Cris e Mário? A crença que eles têm neles mesmo, a auto-eficácia deles. Mas, como é que uma pessoa se torna ou não auto-eficaz?
Todos nós possuímos um sistema de crenças que afeta nossos sentimentos, nossos pensamentos e nossas ações. Essas crenças são construídas socialmente no decorrer da nossa vida. A literatura acerca da auto-eficácia diz que existem quatro formas principais de influência das nossas crenças. São elas:
1.      Experiências significativas: O sucesso aumenta a auto-eficácia e o fracasso a diminui. Por exemplo, pessoas que geralmente “se dão bem” nas provas, tendem a ter uma auto-eficácia maior que aquelas que “não se dão bem”.
2.    Avaliação que fazemos do desempenho dos outros: é o que nos leva a pensar "se fulaninho consegue, eu também consigo".
3.   Avaliação que recebemos dos outros: Esta contribui muito na formação da auto-eficácia. Figuras como pais e professores são muito importantes aqui, pois são modelos para nós. Por exemplo: Alguns pais costumam valorizar muito mais o resultado do desempenho dos filhos do que o esforço propriamente dito; no entanto, quando os resultados não são os esperados, a avaliação certamente é negativa, gerando entre outras coisas, sofrimento e sentimento de que não importa o quanto tente, nunca se vai agradar os pais.  
4.    Emoções positivas e negativas: Elas influenciam em como as situações são percebidas. Por exemplo, uma pessoa com uma emoção positiva (feliz, alegre) pode receber uma avaliação negativa, mas não dar tanta importância. Já uma pessoa em um estado de emoção negativa, pode receber uma avaliação nem tão ruim assim, mas que vai ser intensificada por causa do seu “estado de espírito”.
Sendo assim, podemos inferir que a eficácia influência nas escolhas profissionais, baseado na segurança do estudante em que pode ou não passar, uma vez que nós tendemos a evitar situações que acreditamos exceder nossas capacidades.  
Mas não precisa se desesperar, nem deixar de lado aquele curso que tanto sonha porque anda se sentindo descrente de suas capacidades. O primeiro passo a seguir é identificar essa baixa auto-eficácia. Como você se sente diante das coisas que almeja? Confiante ou acha que aquilo é muito para você? Comece a pensar um pouco na sua história de vida e analisar aqueles quatro pontinhos que colocamos acima (as principais influências nas nossas crenças), tentando identificar o que contribui para a sua descrença. Tente fazer uma lista das suas conquistas, dando ênfase aquelas que você não acreditava conseguir. Temos o péssimo hábito de lembrar sempre do fracasso e esquecer as conquistas.
No mais, as frases de efeito na introdução, não servem de muita coisa se você não acredita no que elas dizem. Mas se você acredita pelo menos um pouquinho, elas podem servir como um estímulo! Como diz Renato Russo: Quem acredita sempre alcança!
Bem, espero ter ajudado a vocês se conhecerem um pouquinho mais e a identificar esse possível problema. Se depois dessa leitura você notar que realmente está com dificuldade em acreditar em si mesmo e por conta disso se sente triste, ansioso, não consegue estudar, se sente culpado, procure ajuda! Nós precisamos fazer um exercício de avaliação dos nossos limites e reconhecer quando não estamos dando conta de tudo sozinho!
Nessa questão, o psicólogo pode te ajudar! Por meio de avaliações, análises e utilização de técnicas baseadas em evidências, esse profissional vai te ajudar a aumentar essa auto-eficácia!   
Abraços e até a próxima! ;)

Sobre a autora: Rebeca Porto é Psicóloga e atende na Harmonie Espaço Psicoterapêutico. É mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, membro do Grupo de Pesquisa em Psicometria e Psicologia do Esporte (GEPPE)  e apaixonada pela profissão. 
Contato: rebeca.c.porto@hotmail.com

segunda-feira, 28 de março de 2016

VESTIBULAR E ANSIEDADE: PARCEIROS INSEPARÁVEIS?


Por Rebeca Porto

Essa é Victória... Victória terminou o terceiro ano e está no cursinho pré-vestibular. Nos últimos tempos ela tem se sentido muito pressionada, pois é uma adolescente, mas já é quase adulta, logo... logo ela tem que decidir um curso para prestar vestibular, um sistema altamente competitivo, no qual ela tem que estudar e fazer uma prova, concorrendo com muitas outras pessoas, na mesma situação que ela, por uma vaga na faculdade, para continuar estudando. Victória acha que quer ser Psicóloga, mas seu pai não gosta muito da ideia e fica “colocado gosto ruim”, a mãe não opina... Mas ela sente a pressão da família, dos amigos, da sociedade, para ser aprovada no vestibular... Ela se sente insegura, afinal, é uma vaga para muitos e ela tem que se impor ao pai para fazer o curso que quer.
A prevalência da ansiedade em adolescentes, pré-vestibulandos e/ou vestibulandos é mais comum do que muita gente acredita (infelizmente, principalmente muitos pais), dessa forma, esse fenômeno passa desapercebido tanto pelos pais como pela escola/cursinho e leva o próprio adolescente a desvalorizar o que está sentindo. O que é muito preocupante, pois gera sofrimento e afeta a autoimagem do adolescente e a crença nele mesmo. Mas porque isso acontece? Porque os adolescentes ficam tão ansiosos nessa etapa da vida?         
São muitos os fatores que levam a isso, e considerando que cada pessoa reage de uma forma a determinada situação, vamos ver algumas possíveis situações, as mais comuns são: a transição da adolescência para a vida adulta; a submissão a um sistema competitivo; a pressão para uma escolha profissional; as expectativas e cobranças familiares; a insegurança quanto a sua capacidade de ser aprovado; reprovações anteriores, no caso de quem já prestou vestibular em outras ocasiões; dentre outras...
Mas será que eu estou ansioso? Quais são os sinais de ansiedade e como reconhecê-los?
É importante colocar aqui, que a ansiedade é uma reação natural do nosso corpo por achar que há perigo ou riscos em situações futuras e imprevisíveis, alguns dos sintomas mais comuns são: dificuldade de concentração (sentir-se muito disperso, sem conseguir focar em algo), inquietação (estado de agitação, no qual o adolescente não consegue parar quieto, fica mexendo os pés, balançando as pernas...), dor de cabeça; dor muscular; tonturas; palpitações no coração; pensamentos negativos (“Vou ser reprovado”); pensamento acelerado; sensação de calor (quando não está fazendo calor); e indigestão.
Mas, peraí... Se a ansiedade é uma reação natural, qual o problema?
A apresentação de sintomas de ansiedade em si, não é, necessariamente um problema. Como muitas coisas na vida o problema está na falta ou no excesso. No caso da ansiedade o problema é o excesso de sintomas e sua frequência, que pode se configurar como um transtorno de ansiedade. Mas como diferenciar a ansiedade “normal” para um transtorno de ansiedade? Essa identificação não é uma coisa fácil de se fazer, principalmente porque as pessoas reagem de forma diferente a situações semelhantes. A identificação aqui deverá ser feita por um profissional capacitado, o que você pode e deve fazer é identificar o momento de recorrer a um profissional. A questão é... Quando procurar um profissional? Isso é um pouco mais simples de ser respondido. Você deve procurar um profissional quando uma determinada situação estiver interferindo na sua rotina constantemente, o impedindo de realizar tarefas de rotina e você não consegue solucionar o problema sozinho, nem com a ajuda da família e/ou amigos. Por exemplo, só de pensar em estudar, você já começa a suar, sentir palpitações, andar de um lado para o outro, perder o sono por isso; ou quando pega no livro/apostila para estudar, não consegue se concentrar na leitura, tem pensamentos acelerados, já pensando na próxima matéria que tem que ler; ou ainda quando sua vida social ficar comprometida, você deixar de sair com seus amigos ou namorado (a), porque quando sai se sente culpado por estar “perdendo tempo de estudo”.  
Entretanto, se você já se conhece um pouco, e sabe que em situações semelhantes, de pressão, de escolha, de decisão, você quase sempre fica muito ansioso (a), é aconselhável a procura do profissional para uma intervenção preventiva. O que é isso? Prevenir é tomar uma atitude que antecede um provável malefício... Por exemplo, a camisinha é uma medida preventiva, utilizada pelas pessoas afim de evitar uma gravidez indesejada ou uma doença sexualmente transmissível. No caso de uma ajuda preventiva para a ansiedade, o profissional o ajudará a encontrar estratégias para vivenciar esse momento de vestibular de forma não prejudicial, a fim de reduzir os possíveis sinais de ansiedade, antes mesmo deles se manifestarem.  
Qual profissional eu devo procurar e como ele vai me ajudar?
O Psicólogo é um profissional habilitado para lidar com transtornos emocionais e comportamentais, sendo assim capacitado para ajudar uma pessoa com transtorno de ansiedade. Mas como? Essa é a grande questão! Como já falamos anteriormente, as pessoas reagem de formas diferentes a situações semelhantes e diferentes e isso acontece por conta de fatores genéticos, da história de vida de cada pessoa e pela influência dos ambientes que frequenta, sendo assim, não é possível dizer aqui que o psicólogo vai fazer isso e aquilo, isso seria antiético e enganoso. Mas em termos gerais, o Psicólogo irá junto com o cliente, identificar os sintomas, sua frequência, possíveis fatores desencadeantes dos sintomas e a partir de uma avaliação geral do quadro, propor intervenções adequadas, a fim de reduzir e fazer cessar esses sintomas, de modo que você, cliente, adquira a habilidade para lidar com situações que gerem ansiedade e estresse. Contudo, é valido salientar aqui, que esse não é um processo que acontece da noite para o dia, os sintomas de ansiedade foram se desenvolvendo e evoluindo durante toda a sua vida, eles não surgiram de forma grave, logo, também não cessarão de uma hora para outra. O jeito é ir “devagar e sempre”. E lembre-se, saber lidar com a ansiedade e o estresse é apontado em alguns estudos como tão importante quanto o conhecimento, uma vez que, se você tem conhecimento, mas está estressando e ansioso não consegue estudar, nem fazer uma boa prova.
DICA: A ansiedade pode estar relacionada com a sua falta de organização e planejamento para os estudos. Na escola, há um conteúdo programático, com atividades e provas frequentes, há uma cobrança frequente. No caso do vestibular, você tem que estudar para uma única prova, sem um conteúdo bem especificado, uma vez, mas você não está preparado para isso, porque você não foi preparado para isso. Se essa for a questão, você pode se organizar de forma sistemática e montar uma rotina de estudos, um cronograma mesmo e tentar segui-lo ao máximo. Para mais detalhes de como montar essa rotina, clique aqui (http://harmoniepsi.blogspot.com.br/2016/03/confusoes-de-um-pre-vestibulandoii.html)
Bom, por hoje é só. Espero que o artigo tenha ajudado, BOA SORTE e até a próxima.
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Comente, deixe suas impressões e dúvidas que nós responderemos. Gostou? Conhece alguém na mesma situação? Então compartilhe!!

Sobre a autora: Rebeca Porto é Psicóloga e atende na Harmonie Espaço Psicoterapêutico. É mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, membro do Grupo de Pesquisa em Psicometria e Psicologia do Esporte (GEPPE)  e apaixonada pela profissão. 
Contato: rebeca.c.porto@hotmail.com