sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Controlando a ANSIEDADE

Nos últimos tempos tenho visto muitas publicações sobre a ansiedade, principalmente no facebook. O curioso é que a maioria das postagens são pessoais e comentadas por milhares de pessoas que têm sofrido o mesmo problema.
Como já disse em outro texto a ansiedade é uma reação normal do organismo que nos prepara para situações de perigo, funciona como um “sinal de alerta”; no entanto, o que tenho notado é que tem havido uma desregulação coletiva desse sinal de alerta e ele não desliga.

E por que isso acontece?

Bom, nós estamos vivendo em uma época em que a cobrança é constante, não temos tempo para nada, a violência é crescente, a crise financeira só piora, as notícias são sempre as piores possíveis...
Então, o que fazer?

Esse é o “X” da questão... Afinal, esse não é só mais um texto falando sobre a ansiedade, e sim de como lidar com ela.

1ª Dica: “Conhece-te a ti mesmo”


Apesar de muito antigo, esse aforismo é super atual. O autoconhecimento é o primeiro passo para qualquer direção; nesse caso, na direção contrária a ansiedade, você precisa identificar padrões pessoais, situações em que você se sente mais ansioso (a). A ansiedade por si só não se explica, então, você precisa identificar o conjunto de sintomas que você atribui à ansiedade. Por exemplo: Agitação, tensão muscular, coração acelerado, respiração ofegante.... Enfim, descubra como seu corpo manifesta essa ansiedade.
  
2ª Dica: Reconheça os padrões



Para ajudá-lo no passo 1, um dica é  elaborar um auto registro, anotando a situação na qual você se percebeu ansioso (onde estava, com que estava, o que estava fazendo, o que estava pensando, como estava se sentindo e o que aconteceu logo em seguida aquela situação (como você se sentiu, o que pensou). No começo pode parecer um pouco difícil, mas logo você se acostuma e começa a reconhecer os padrões. E então, com base em suas observações e registros você pode fazer uma lista das situações em que se sente mais e menos ansioso, colocando-as em itens, em uma escala de 0 a 10, atribuindo 0 a situações de tranquilidade, onde você não se sentiu nadinha ansioso (a) e 10 a situação de extrema ansiedade, reconhecendo assim, além das situações antecedentes e consequentes da ansiedade, a intensidade dela em variadas ocasiões. 

3ª Dica: Respire


A respiração ajuda a controlar a tensão e quando ficamos ansiosos esse simples e natural gesto parece uma missão impossível. Mas tente! Perceba que nessa situação a respiração fica rápida, pesada e curta. Aos poucos vá tentando tornar a respiração mais lenta e mais profunda, inspirando pelo nariz e soltando pela boca... respira... solta... se preferir, siga as indicações desse vídeo:



Se possível, vá para um local calmo, tranquilo, coloque uma música relaxante e tente pensar em situações agradáveis.
4ª Dica: Use o autoconhecimento a seu favor



Você já consegue identificar as situações em que fica ansioso e suas consequências, então, crie estratégias para lidar com essas situações, estratégias de resolução de problemas antes de estar diante dele. Por exemplo, com estes registros você identificou que fica sempre muito ansioso (a) antes de uma prova, mas também se deu conta de que você só estuda para ela no dia anterior, então você pode se organizar para estudar com antecedência. Ou você tem dificuldade para falar em público, então você pode começar a ensaiar mais, e fazer os exercícios de respiração durante os ensaios.

5ª Dica: Procure ajuda profissional


Como disse antes, a ansiedade é uma reação normal do organismo, no entanto, quando em excesso, pode se transformar em um transtorno (e existe vários tipos e transtorno de ansiedade). Então, se você seguiu as dicas acima e mesmo assim continua com o sinal de alerta ligado sempre ou quase sempre, é hora de procurar ajuda e começar a regular esse sinal. Nesse caso, você deve procurar um Psicólogo e/ou um Psiquiatra. Lembrando que cada tratamento depende da necessidade da pessoa, então, um bom Psicólogo saberá se há necessidade de acompanhamento Psiquiátrico, assim como um bom Psiquiatra saberá se há necessidade de acompanhamento Psicoterápico. 

Uma última dica: tem muita gente por aí sem formação em Psicologia atendendo com nomes genéricos, tipo terapeuta, analista, psicanalista, psicopedagogo... isso porque existem “N” especializações que qualquer profissional com nível superior pode fazer, então, ao procurar por um Psicólogo, exija o CRP, que é o número de Inscrição no Conselho de Classe. Isso lhe dá segurança para saber que está sendo atendido pelo profissional solicitado.
Bom pessoal, por hoje é só, espero ter ajudado e vamos respirar, que na pior das hipóteses estamos exercitando os pulmões.
Dúvidas, críticas e sugestões é só comentar. Um abraço e até a próxima!

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Rebeca Porto - Psicóloga (CRP 02/18624)