sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Estudar ou não estudar... Eis a questão!




Você gosta de estudar?
Se você respondeu sim, parabéns! Você é uma pessoa em um milhão!
Isso não é um dado real, claro, mas é muito pouco frequente você encontrar alguém que diga que goste de estudar, de fato. Algumas pessoas gostam de ler, assistir documentário, mas estudar mesmo, não!
Mas porque será que isso acontece já que “todo mundo” diz que estudar é bom?
Certa vez, estava eu em uma biblioteca para devolver um livro e o Senhor, responsável pelo recebimento do material estava ensinando a lição ao filho de aproximadamente 7 anos, enquanto o Senhor se distraiu recebendo meu livro o menino começou a se balançar na cadeira, rapidamente o Senhor virou para a criança e disse em tom firme, segurando a cadeira: “sente certo, hora de estudar não é hora de brincar”.  
Muitos pais estão acostumados a chegar em casa e perguntar: “já fez o dever de casa?”, “não?” “bla bla bla... vá fazer”... A atividade ESTUDAR está, em muitas ocasiões, acompanhada de sentimentos e reações negativas.

Quando se trata de estudar, temos três questões básicas:

1-                     Estudar envolve exercitar o cérebro, isso mesmo, como se você tivesse na academia, só que ao invés de malhar o braço você exercita o cérebro e logo quando você começa dá aquela preguiça, né? E a única vontade que dá é de correr e ir fazer tarefas que não gaste tanta energia.
2-                     Estudar é um comportamento altamente complexo, que exige um conjunto de “pequenos comportamentos”. Explico! Recorde-se de quando você começou a dirigir ou a andar de bicicleta, lembra? Qualquer mínimo detalhe exigia muita atenção, mas depois de um tempo e muita prática tudo se tornou automatizado, não? Apesar de não parecer ou muitas vezes não notarmos, o comportamento de estudar envolve múltiplas funções também, como além de atenção e concentração, exige que o estudante possua habilidade de leitura e compreensão, autocontrole, que ele saiba pegar no lápis, escrever e muitas outras.
3-                     A simples tarefa de estudar foi (é) para muitas crianças pareada com situações desagradáveis, como no caso do menino que contei acima, levar uma bronca do pai. Essa bronca vem acompanhada de sensações ruins, como humilhação (receber bronca na frente de muita gente), tristeza... na maioria das vezes esse estudar vem acompanhado de uma avaliação/prova (com possibilidade de reprovação); grito de professores, grito de pais; excesso de tarefas que a criança não dá conta e que concorre com atividades mais atrativas... enfim... o estudo está quase sempre de mãos dadas com alguma coisa de ruim, o que o torna tão desagradável para muitas pessoas.
Entretanto, agradável ou não ele tem se feito cada vez mais necessário. O ideal é, em primeiro lugar, uma intervenção na educação básica, de forma que, o estudo venha a dar as mãos a sentimentos mais legais, né? Mas vamos focar aqui em como desenvolver hábitos de estudos mais adequados para aqueles mais crescidinhos, em outro momento focamos nessas intervenções básicas... Vamos as DICAS:

Torne o estudar um hábito. Do mesmo jeito que você se habitua a ir à academia, você se habitua a estudar (não vale se você desistiu da academia na primeira semana rsrsrsrsrs). Comece aos poucos, como já disse em outro texto, se você não estuda nem meia hora por dia, não vai conseguir estudar horas por dia, certo? Comece estabelecendo metas pequenas, elencando as prioridades, intercalando uma matéria ou assunto preferido com aquele menos agradável. Aos poucos, quando você já conseguir se habituar com aquela meta, aumente-a um pouquinho.
 2° Atentar aos pré-requisitos. Muitas vezes fugimos de algum assunto ou matéria simplesmente porque não a entendemos, ou achamos muito difícil, isso pode ser um sinal de que você ainda não aprendeu o assunto anterior. Exemplo: a professora de matemática passou uma atividade simples, para resolver uma equação do primeiro grau, no entanto, para resolvê-la, é necessário que o aluno tenha domínio, dentre outras coisas, das quatro operações básicas da matemática (adição, subtração, multiplicação e divisão), não é mesmo? Às vezes temos essa mania de acompanhar o assunto que o professor está dando em sala de aula a qualquer custo e lá “emperramos”, então, se está com dificuldades, volte uma casa.    
Crie antecedentes que aumente a probabilidade de estudar. Você precisa organizar um ambiente próprio para estudo. Não na sua cama, nem no sofá... O local para estudar deve ser um lugar propício, contendo preferencialmente uma mesa limpa (apenas com o material de estudo e preferencialmente o material a ser utilizado naquele exato momento), uma cadeira, ser bem iluminado, longe de distratores (televisão, celular, computador e etc.); estabeleça um horário para estudar e torne-o parte da sua rotina diária; mantenha os cadernos, livros e demais materiais organizados e limpos, visualmente agradáveis. FUJA de locais barulhentos e com muitas pessoas, principalmente se há a possibilidade de essas pessoas desejarem conversar com você ou você com elas. Caso tenha outras atividades obrigatórias, como arrumar o quarto ou a casa ou qualquer coisa que seja, faça logo, para que na hora em que estiver estudando não apareça ninguém (geralmente mãe ou pai) mandando você ir fazer.  
Intercale disciplinas que menos gosta com as que mais gosta: Geralmente nos empolgamos estudando aquela matéria mais legal e vamos procrastinando aquela chatinha, ou então, para não deixa-la para trás ficamos nela, mas de tão chata, não conseguimos andar e ficamos emperrados. A solução para isso é ir intercalando, uma chata, uma legal, uma chata, uma legal.... Assim você estuda tudo e quem sabe percebe que aquela chata nem é tão chata assim!
Se dê recompensas. Conseguiu cumprir a meta? Que tal assistir aquele episódio novo daquela série super legal? Ou jogar uma partida de videogame? Enfim, fazer algo que goste.
Seguindo essas dicas, aos pouco você começa a soltar as mãos dos sentimentos ruins e começa a dar as mãos aos bons. Começarás a notar que está conseguindo estudar mais, logo, aprende mais, consequentemente, as notas aumentam também, e você vai poder ir naquela festinha no final de semana sem culpa e sem ouvir reclamações dos pais, e talvez, quem sabe, ganhe até alguns elogios?   
Bom, por hoje é só. Espero ter ajudado! Qualquer dúvida, sugestão ou reclamação é sempre bem-vinda.
Conhece alguém com esse mesmo problema? Então compartilha o texto com ele (a). Agora é só colocar tudo em prática e correr para o abraço. 
                                   


                                              CASO OS SINATOMAS PERSISTAM    
                                        UM PSICÓLOGO DEVERÁ SER CONSULTADO.





 
 




Rebeca Porto – Psicóloga (CRP: 02/18624)